A sensação de ter dormido mal, ou os quadros mais graves de insônia, são cada vez mais comuns no nosso dia a dia. Como sabemos, a qualidade do nosso sono é um tema complexo e influenciado por muitos fatores, incluindo a alimentação, a prática de atividade física, o uso de estimulantes como a cafeína, e condições como o estresse crônico, a ansiedade e a depressão; entre diversos outros fatores biológicos, comportamentais, médicos e psicológicos.
Nas últimas décadas, tivemos um novo fator, que são as “novas” tecnologias como smartphones e redes sociais, que apesar dos vários benefícios que conhecemos, acabam gerando um excesso de estímulos e uma maior percepção de estresse que podem eventualmente prejudicar a qualidade do sono.
Os estudos nos mostram que os programas de mindfulness têm efeitos muito positivos para a melhora da qualidade do sono, e também para os quadros de insônia crônica, mais difíceis de tratar. Por exemplo, os praticantes regulares de mindfulness demoram menos tempo para pegar no sono, e permanecem mais tempo efetivamente dormindo.
Esses dois aspectos são fundamentais, pois é muito frequente a dificuldade para se começar a dormir, em especial para pessoas com altos níveis de estresse e ansiedade; como também é comum a dificuldade para permanecer dormindo por períodos mais longos e com qualidade, sem interrupções ou despertares durante o sono. Às vezes estamos apenas deitados, e não necessariamente dormindo, ou despertamos muitas vezes durante a noite, ou ainda despertamos e depois não conseguimos voltar a dormir, o que é relativamente comum em quadros de depressão.
Ao praticarmos mindfulness como regularidade, sabidamente começamos a criar habilidades atencionais e socioemocionais que nos ajudam a lidar melhor com os fatores de estresse, assim como com os sintomas de ansiedade e depressão, e assim estamos, indiretamente, melhorando a qualidade do sono, ao enfrentarmos os fatores que a prejudicam.
Além disso, podemos usar as técnicas de mindfulness durante o dia para lidarmos melhor com as situações desafiadoras daquele momento (por exemplo, reuniões difíceis, pessoas e relações difíceis), o que pode prevenir a ruminação mental (pensamentos repetitivos que causam sofrimento) referente àquelas situações; assim, ao irmos dormir esses pensamentos repetitivos prejudicarão menos o início e a continuidade do sono, melhorando a qualidade do sono em geral.
Vamos praticar?
Garcia-Campayo & Demarzo. ¿Que sabemos de Mindfulness? Kairós Editorial, 2018.
Para saber mais:
www.mindfulnessbrasil.com (Mente Aberta – Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde – UNIFESP, informações em português)
www.webmindfulness.com (WebMindfulness – Grupo de Pesquisa Coordenado pelo Prof. Javier García-Campayo – Universidad de Zaragoza, informações em espanhol)
www.umassmed.edu/cfm (Centro de Meditação “Mindfulness” na Medicina, Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, informações em inglês)
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