Um aspecto muito positivo da prática da atenção plena ou mindfulness (saiba mais, clicando aqui) é o aprimoramento das habilidades de autocontrole em situações de impulsividade.
Práticas simples, que nos permitem fazer uma pequena pausa nesses momentos, como o exercício dos 3 passos de mindfulness, podem nos auxiliar nessas situações desafiadoras.
A capacidade de autocontrole ou autorregulação é geralmente desenvolvida na infância, mas pode e deve ser aprimorada na fase adulta. Ela tem a ver com a capacidade de direcionar conscientemente atenção, pensamentos, emoções e impulsos.
A capacidade de direcionar a própria atenção é o fator mais importante, pois permite que as pessoas escolham no que vão prestar atenção, sem deixar a mente à deriva. Sem a autorregulação da atenção, uma pessoa não está no controle das escolhas ou decisões que pode fazer. E a consciência das escolhas é o passo fundamental para ser menos impulsivo.
Isso é extremamente importante, por exemplo, para os indivíduos que lutam contra dependência, porque muitas vezes seus corpos e suas mentes operam no piloto automático. Essa falta de consciência sobre as escolhas faz com que continuemos a repetir padrões negativos de comportamentos, prejudicando a vida em geral e a nossa saúde em particular.
A autorregulação não tem a ver apenas com força de vontade, como costumamos pensar, pois envolve funções cerebrais e mentais complexas, que necessitam de treinamento, por exemplo, por meio das práticas de atenção plena.
Como sabemos, a atenção plena pode ser praticada durante todo o dia, de maneira formal ou informalmente, ao se levar a atenção plena intencionalmente a tudo que fazemos
Nesse sentido, todas as emoções têm um motivo de ser ou um sentido. A raiva pode ocorrer em resposta à sensação de injustiça ou ameaça, e pode sinalizar que a situação precisa mudar; a tristeza pode ocorrer em resposta a perdas, e pode sinalizar que
gostaríamos de manter as pessoas ou atividades que realmente damos valor em nossas vidas.
O problema na verdade é quando ruminamos (com pensamentos repetitivos e autodepreciativos) ou somos apanhados ou capturados por essas emoções, o que pode se tornar um sofrimento. E é exatamente quando a autorregulação emocional e da
atenção podem ser úteis.
Nesse sentido, é um equívoco comum achar meditação ou mindfulness servem para “esvaziar nossas cabeças” de emoções ou pensamentos ruins. Na verdade, o principal efeito positivo da atenção plena é realmente nos ajudar a nos tornarmos mais
conscientes e receptivos aos nossos sinais emocionais (independentemente de serem positivos ou negativos) –o que nos ajuda a ter mais controle sobre nossos comportamentos e a termos um pouco menos de impulsividade.
Por exemplo, quando sentimos raiva, podemos tentar observar nossos pensamentos (nomeá-los ou etiquetá-los) sem nos envolvermos com eles (sem sermos capturados). Podemos também prestar atenção nas sensações corporais que acompanham essa emoção, como o coração batendo mais acelerado. Prestando atenção ao modo como a emoção mobiliza seu corpo, deixa-nos conscientes daquela emoção e podemos atenuar ou eliminar os impulsos ou a reação exagerada que muitas vezes a acompanha.
Vamos praticar?
Garcia-Campayo & Demarzo. ¿Que sabemos de Mindfulness? Kairós Editorial, 2018.
www.mindfulnessbrasil.com (Mente Aberta – Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde – UNIFESP)
www.webmindfulness.com (WebMindfulness – Grupo de Pesquisa Coordenado pelo Prof. Javier García-Campayo – Universidad de Zaragoza, informações em espanhol)
www.umassmed.edu/cfm (Centro de Meditação “Mindfulness” na Medicina, Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, informações em inglês)
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