Os treinamentos e terapias baseadas em mindfulness (atenção plena) são vistas como opções de tratamento para muitas doenças crônicas, tanto orgânicas como psiquiátricas
A expectativa de vida está aumentando rapidamente no mundo e no Brasil, e cada vez mais pessoas vivem com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, em especial acima dos 50 anos.
Além de gerarem sofrimento para as pessoas que são afetadas, também geram sofrimento e aumento de gastos para as famílias e sistemas de saúde, públicos ou privados.
Portanto, não nos surpreende que essas pessoas e seus familiares tendem a ter níveis mais altos de angústia e percepção de estresse do que a população em geral, com idade comparável, o que acaba piorando a situação e a própria evolução da doença e de seus sintomas.
Assim, ferramentas que ajudem no gerenciamento de estresse e que ajudem a estabelecer um estilo de vida mais saudável são fundamentais para o tratamento dessas pessoas com doenças crônicas, ajudando na melhora da qualidade de vida e na
diminuição dos custos.
Estudos científicos realizados nos últimos 20 anos descobriram que mindfulness (atenção plena – conheça mais sobre mindfulness), em especial os programas de treinamento em mindfulness (como o protocolo MBHP – Promoção da Saúde baseada
em Mindfulness), pode ser benéfico para pessoas com doenças crônicas, como câncer, dependência de álcool e drogas, dor crônica (como a fibromialgia), ansiedade, depressão, psoríase, sobrepeso e obesidade, entre outras condições.
Para muitas dessas doenças, como a dor crônica, ansiedade e depressão, os programas ou terapias baseadas em mindfulness são opções de tratamento, ou seja, são tão eficazes quanto o tratamento mais convencional, como medicamentos ou psicoterapias clássicas.
Os benefícios de saúde relatados nas pesquisas incluem, por exemplo, melhorias no humor, qualidade do sono, fadiga, qualidade de vida relacionada à dor crônica, e níveis reduzidos de estresse crônico.
Além disso, há evidência de que os níveis de cortisol diminuem após a participação em um programa de mindfulness, que é um marcador biológico de melhor manejo do estresse; e há também indicadores de que a saúde do cérebro pode melhorar,
aumentando a capacidade de atenção e memória, como aumento mensuráveis nas conexões entre os neurônios.
Os programas de mindfulness que geram esses benefícios ocorrem, em geral, ao longo de 8 semanas, uma sessão de aproximadamente 2 horas por semana, ou seja, em relativamente curto espaço de tempo, e desde que as pessoas pratiquem mindfulness regularmente, os resultados positivos podem ocorrer.
Vamos praticar?
Se você tem alguma dúvida ou curiosidade sobre mindfulness, atenção plena, ou neurociência do comportamento, por favor me escreva que terei prazer em abordar seu tema em textos futuros: demarzo@unifesp.br
Demarzo & Garcia-Campayo. Manual Prático de Mindfulness: curiosidade e aceitação. Editora Palas Athena, 2015.
www.mindfulnessbrasil.com (Mente Aberta – Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde – UNIFESP)
www.webmindfulness.com (WebMindfulness – Grupo de Pesquisa Coordenado pelo Prof. Javier García-Campayo – Universidad de Zaragoza, informações em espanhol)
www.umassmed.edu/cfm (Centro de Meditação “Mindfulness” na Medicina, Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, informações em inglês)
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