Como desenvolver “soft skills” com Mindfulness?
“Soft skills” – habilidades “leves”, comportamentais e atitudinais — são competências pessoais menos técnicas e mais subjetivas, muitas vezes difíceis de desenvolver e treinar.
As “soft skills” estão relacionadas à forma como interagimos com as pessoas, e podem afetar as nossas relações em casa e no ambiente de trabalho. Em contraposição, as “hard skills” seriam habilidades mais técnicas, por exemplo, analisar dados em uma
planilha, o que seria algo mais palpável e com desempenho mensurável.
Alguns exemplos de “soft skills” são a habilidade de comunicação não violenta e mediação de conflitos, o pensar criativo, a empatia, a ética, a paciência e o trabalho em equipe. Podemos afirmar que a prática regular de mindfulness nos ajuda a desenvolver todos esses “soft skills” que citei acima (as pesquisas nos dizem isso). Mas como funciona?
Fica mais fácil de entender se lembrarmos que mindfulness é mais do que “atenção”, e envolve também (e principalmente) treinar a mente numa nova “atitude” frente a nós mesmos e à vida. Assim, as práticas de mindfulness (conheça 3 práticas simples)
desenvolvem as duas coisas: atenção e atitude “mindful” ao mesmo tempo.
Podemos chamar a “atitude mindful” de vários “nomes”, como “olhar do principiante”, curiosidade, abertura ou aceitação. Assim, ao praticarmos mindfulness de maneira correta, desenvolvemos esse “soft skill” atitudinal e comportamental.
Vou explorar um pouco mais da atitude “mindful”, que pode ser dividida em até 9 qualidades atitudinais e sinérgicas, segundo o criador dos treinamentos contemporâneos de mindfulness, Jon Kabat-Zinn.
Vou focar em duas qualidades atitudinais que entendo serem as mais relevantes paradesenvolvermos “soft skills” relacionais, melhorando nossas interações em casa e no trabalho. São o “olhar do principiante” e a “aceitação”, as quais se reforçam mutuamente.
“Olhar do Principiante”
Seria poder olhar para nós mesmos, para os outros, e para as coisas do dia a dia como se fosse a “primeira vez”, sem pré-julgamentos e juízos prévios de valor. Mais ou menos como as crianças fazem ao explorar algo novo.
Aceitação
O “olhar do principiante” inclui a “aceitação”. Vale lembrar que em mindfulness a palavra “aceitação” não quer dizer resignação (é uma confusão comum), e sim um olhar para as pessoas e fenômenos (externos e internos) tentando se aproximar dos mesmos como eles realmente são (como “olhar do principiante”), e não como nós “imaginamos” que fossem, a partir de pré-julgamentos e juízos prévios de valor, como comentei.
Assim, a aceitação não é passiva, é apenas um reconhecimento ativo de que as coisas são, e como elas são naquele exato momento. Seria o contrário de passividade, porque aos termos mais consciência das coisas como elas realmente são, temos mais
possibilidades de respostas conscientes, em vez de reagirmos no piloto automático (mais habitual).
Compreende-se então que o melhor lugar para a transformação (se necessária) começa por uma clara consciência da situação, e isso deve incluir um nível de aceitação.
Voltando aos “soft skills”, essas duas atitudes “mindful” são particularmente importantes para sairmos das rotulagens ou opiniões pré-concebidas sobre as pessoas e situações, ajudando na comunicação não violenta e mediação de conflitos, na empatia e,
consequentemente, no trabalho em equipe.
São fundamentais também para o “soft skill” da criatividade, já que nos permitem “pensarmos fora da caixa”, ou sairmos de nossos padrões de respostas automáticos, aceitando melhor novas ideias (tecnicamente chamamos de “pensamentos divergentes”).
Vamos praticar a atitude “mindful”?
Referência:
Garcia-Campayo & Demarzo. ¿Que sabemos del Mindfulness? Kairós Editorial, 2018.
Para Saber Mais sobre Mindfulness
www.mindfulnessbrasil.com (Mente Aberta – Centro Brasileiro de Mindfulness e
Promoção da Saúde – UNIFESP)
www.webmindfulness.com (WebMindfulness – Grupo de Pesquisa Coordenado pelo Prof. Javier García-Campayo – Universidad de Zaragoza, informações em espanhol)
www.umassmed.edu/cfm (Centro de Meditação “Mindfulness” na Medicina, Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, informações em inglês)
Fonte – Uol
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