Três maneiras de enfrentarmos situações que não podemos controlar

27 de junho de 2019

Um dos momentos mais difíceis no dia a dia é quando nos deparamos com situações que consideramos muito importantes, mas que não temos a capacidade naquele momento para controlá-las ou mudá-las, o que é relativamente frequente.

Por exemplo, quando nos confrontamos com doenças crônicas ou mesmo terminais, com a morte de uma pessoa querida, ou, o mais comum, com o modo de ser de familiares, chefes ou colegas de trabalho que consideramos “difíceis”.

Em situações como essas, nós tendemos a responder geralmente de três maneiras diferentes, que se relacionam com nossa percepção de controle. Vejamos:


1. Resignação ou Passividade

Consiste em não fazer nada ou quase nada em relação ao problema, adotando uma atitude passiva. Assumimos que não temos nenhuma capacidade de controle sobre a situação e a abandonamos “à sorte”, ao “deus dará”.

Costumamos dizer frases como: “Que vamos fazer?”, “É assim mesmo”, “Não há o que fazer”.


2. Enfrentamento “irracional’

Pode ter dois extremos: ou uma atitude de negação do problema por um lado; ou, por outro lado, uma tentativa exagerada ou desesperada de solucioná-lo, sem levar em conta a verdadeira eficácia de nossas ações.

É uma atitude ativa, mas não efetiva, pois acreditamos que temos mais controle do que realmente temos. Pensamos frases do tipo: “Não pode ser”, “Isso não pode estar acontecendo comigo”, “Não acredito”, “Encontrarei uma solução, custe o que custar”, “Querer é poder”.


3. “Aceitação” da realidade como ela é (a maneira “mindful”)

A aceitação realista dos problemas é um dos benefícios produzidos pela prática regular da atenção plena (mindfulness). Consiste em admitir que ter problemas importantes sobre os quais temos pouco ou nenhum controle faz parte da vida.

Assim deixamos de “nos resignar” ou “lutar irracionalmente” contra a realidade que foge ao nosso controle, e começamos a olhar o problema da maneira mais efetiva possível, agindo apenas no que possa ser útil.

Nesse caso, seriam frases ou pensamentos do tipo: “Essa é a realidade desse problema, e realmente é difícil; mas dentro dessa realidade, como posso agir, dentro de minhas possibilidades?”, “Isso que está acontecendo comigo é frequente na vida de qualquer pessoa; como outras pessoas já lidaram com isso de maneira efetiva; o que posso aprender com elas”?, “O que eu posso aprender dessa situação difícil; como posso ajudar outras pessoas a partir de minha experiência com esse problema?”.

É uma atitude ativa e efetiva. Somos mais conscientes da parcela de controle que temos sobre o problema (sempre há alguma), e deixamos de agir “demais” (enfretamento irracional) ou “de menos” (resignação).


Assim, a dica é estarmos mais conscientes de qual dessas três atitudes estamos tomando diante das situações difíceis que naturalmente ocorrerão durante nossa vida.

Vamos praticar?

 

Referência:

Demarzo & Garcia-Campayo. Manual Prático de Mindfulness: curiosidade e aceitação. Editora Palas Athena, 2015.

Para saber mais sobre mindfulness:

www.mindfulnessbrasil.com (Mente Aberta – Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde – UNIFESP)

www.webmindfulness.com (WebMindfulness – Grupo de Pesquisa Coordenado pelo Prof. Javier García-Campayo – Universidad de Zaragoza, informações em espanhol)

www.umassmed.edu/cfm (Centro de Meditação “Mindfulness” na Medicina, Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, informações em inglês)

 

Fonte: UOL


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