Existem cursos e programas de mindfulness (atenção plena, conheça mais) específicos para gestantes, os quais podem ajudar no momento do parto e, em especial, na saúde da futura mãe e da criança.

A depressão perinatal (relacionada à gestação e ao parto) diz respeito a episódios depressivos mais ou menos intensos que ocorrem durante a gravidez ou nos primeiros 12 meses após o parto.

É uma situação das mais comuns nesse período, acometendo até 20% das gestantes; e os fatores de risco são variados: por exemplo, é mais prevalente em mães mais jovens e com casos anteriores de depressão.

Essa condição, quando não identificada e tratada adequadamente, prejudica tanto a saúde da mãe quanto da criança (atrasos no crescimento do feto e do recém-nascido, prematuridade, baixo peso ao nascer, padrões desorganizados de sono infantil, menor
desenvolvimento neurológico), e é vista como uma das ações fundamentais em saúde pública nacional e internacionalmente.

Os tratamentos para essa condição podem incluir aconselhamento educativo, psicoterapia, e medicação antidepressiva. Porém, no caso dos medicamentos, podem ocorrer riscos para a criança ou ainda prejudicar o período de amamentação natural.

Assim, os programas baseados em mindfulness têm sido utilizados como opções tanto para a prevenção como para o tratamento da depressão perinatal. Já existem até programas específicos para gestantes e futuras mães como, por exemplo, uma adaptação da Terapia Cognitiva baseada em Mindfulness (MBCT) desenvolvida especialmente para o período da gestação.

As pesquisas mais recentes nos mostram que o treinamento em atenção plena pode ser benéfico para diminuir os sintomas de depressão e também a percepção de estresse e ansiedade, muito comuns nessas situações.

Além disso, algumas evidências preliminares (estudos iniciais) sugerem que aprender e praticar habilidades de atenção plena durante gravidez e no momento do parto podem melhorar o trabalho de parto em si (lidando melhor com as dores e desconfortos naturais do processo).

O ideal é que a futura gestante passe pelo treinamento ainda do início da gravidez (nas situações em que há uma gravidez planejada), ou então durante a gestação, em especial no segundo trimestre da gravidez, período mais estável e seguro para se iniciar o treinamento. Idealmente, os parceiros e/ou a família também deveriam participar do curso, pois são um suporte fundamental no período.

Vamos praticar?

Mande sua pergunta: Se você tem alguma dúvida ou curiosidade sobre mindfulness, atenção plena, ou neurociência do comportamento, por favor me escreva que terei prazer em abordar seu tema em textos futuros: demarzo@unifesp.br

Referência

García-Campayo & Demarzo. ¿Qué sabemos del mindfulness?. Madrid: Editorial Kairós, 2018.

Para Saber Mais Sobre Mindfulness

www.mindfulnessbrasil.com (Mente Aberta – Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde – UNIFESP)

www.webmindfulness.com (WebMindfulness – Grupo de Pesquisa Coordenado pelo Prof. Javier García-Campayo – Universidad de Zaragoza, informações em espanhol)

www.umassmed.edu/cfm (Centro de Meditação “Mindfulness” na Medicina, Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, informações em inglês)

 

 

Fonte – UOL