Um passo importante para começar a praticar mindfulness corretamente é compreender o seu conceito e propósito. Podemos dizer que mindfulness (ou atenção plena) é um dos estados de nossa mente, acessível a qualquer um de nós, mas pouco utilizado hoje em dia (infelizmente).
Existem várias maneiras de se entender o estado mental de mindfulness, e podemos explicá-lo, de maneira simples, como um estado mental composto por 3 componentes: atenção, atitude e intenção.
Mindfulness seria então a mente num estado de atenção (foco) no que se está fazendo ou vivendo naquele momento (usando também, de preferência, todos os 5 sentidos), numa atitude mental que implica em não emitir juízos prévios de valor (ou seja, não préjulgar ou criticar a experiência com base em experiências prévias), mantendo uma observação curiosa e aberta a cada momento, de maneira intencional (ou seja, eu escolho estar ou não nesse estado).
O estado de mindfulness seria então como um como um antídoto a viver desatento, no modo mental de “piloto automático” (aproximadamente 47% do tempo não estamos atentos ao que estamos fazendo), tendendo a reagir sem consciência às situações.
A ideia é que o estado de atenção plena nos permita o maior reconhecimento dos nossos estados internos (sensações corporais, emoções, pensamentos e impulsos), e a partir daí podemos ter escolhas mais conscientes no dia a dia, em nossas atividades e relações interpessoais.
Para treinar esse estado mental temos várias técnicas (chamamos de práticas), que podemos classificar em “formais” e “informais”. Vamos entender um pouco mais:
A meditação é a prática “formal” (ou seja, “técnica estruturada”) mais utilizada para se treinar o estado mental de mindfulness. Nem todos os tipos de meditação são usados para se treinar mindfulness, apenas aqueles que usam exercícios atencionais (treinamento da atenção), e a prática formal mais clássica e conhecida é aquela na qual usamos a própria respiração para o treino da atenção plena (chamamos de “mindfulness da respiração”).
A outra ideia por trás das práticas formais é que elas implicam em uma certa disciplina para se iniciar a praticar, o que é muito parecido com a prática de exercício físico. Ou seja, elas exigem que reservemos um espaço de nossa agenda para inserirmos as
técnicas, as quais devem ser praticadas regularmente –15 a 20 minutos diários, em média, são suficientes para colhermos benefícios; sendo que práticas mais longas, de aproximadamente 40 minutos são recomendadas para benefícios ainda maiores.
As técnicas ou práticas “formais”, quando feitas regularmente, permitem treinar o estado de mindfulness, mas o mais interessante e útil seria levar esse estado para o nosso dia a dia. Assim, as práticas “informais” é a aplicação do estado de mindfulness para coisas
do cotidiano, como por exemplo, estar “mindful” durante as refeições, ou seja, comer com atenção plena.
Dessa maneira, por meio das práticas “informais” podemos aumentar nossos níveis de mindfulness mesmo sem nenhuma técnica específica de meditação. E na verdade, as duas coisas (“formais” e “informais”) são importantes e se reforçam mutuamente.
Vamos praticar? Formal e informalmente?
Garcia-Campayo & Demarzo. ¿Que sabemos de Mindfulness? Kairós Editorial, 2018.
www.mindfulnessbrasil.com (Mente Aberta – Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde – UNIFESP)
www.webmindfulness.com (WebMindfulness – Grupo de Pesquisa Coordenado pelo Prof. Javier García-Campayo – Universidad de Zaragoza, informações em espanhol)
www.umassmed.edu/cfm (Centro de Meditação “Mindfulness” na Medicina, Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, informações em inglês)
Fonte – UOL
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