Os treinamentos e terapias baseadas em mindfulness (atenção plena) exigem professores que tenham sido formados e certificados, a fim de garantir os resultados e a segurança dos participantes
O crescente interesse sobre as práticas e treinamentos de atenção plena (conheça mais sobre mindfulness) nas últimas décadas trouxe uma popularização do tema sem precedentes em todo o mundo. No Brasil, não temos números oficiais, mas o interesse tem sido exponencial.
Isso quer dizer que um número cada vez maior de pessoas tem praticado mindfulness (“novos praticantes”), a maioria sem conhecimentos prévios sobre o tema.
Se por um lado isso é um dado muito positivo, haja vista os benefícios potenciais para essas pessoas, por outro lado, emerge cada vez mais a preocupação com a qualidade dos treinamentos e professores, pensando na segurança dos praticantes.
Como sabemos, a prática de mindfulness é bastante segura, em especial nos programas laicos e científicos de 8 semanas, por serem desenhados especificamente para praticantes iniciantes; mas, por outro lado, não é totalmente isenta de riscos, principalmente se for mal-empregada.
Nesse sentido, alguns fatores fundamentais devem ser levados em consideração ao se iniciar uma prática de mindfulness, a fim de evitar os riscos desnecessários, e um dos mais importantes é a escolha do professor adequado.
Outros fatores também são importantes, como a vulnerabilidade pessoal (perfil de cada pessoa), e a escolha do melhor tipo de programa que se encaixa na necessidade de cada um.
Esses dois últimos aspectos também estão relacionados ao professor, pois ele que fará a triagem dos participantes, definindo as necessidades e riscos de cada um, e indicando o melhor curso a fazer.
O ponto fundamental é a certificação e qualificação do professor. Um instrutor qualificado é aquele que passou por uma
formação e certificação profissional específica para atuar com mindfulness, fornecida por um centro formador reconhecido (institutos ou universidades).
A formação profissional em mindfulness, em geral um curso de pós-graduação que dura minimamente um ano, habilita o instrutor a ministrar os programas, conduzir as práticas e a teoria de mindfulness de maneira correta e adequada, e entender os limites e necessidades de cada novo praticante.
Somado à formação específica em mindfulness, o professor também deve ter uma capacitação profissional prévia que o habilite a trabalhar com o tipo de público que ele vai aplicar mindfulness.
Por exemplo, para trabalhar com programas de mindfulness voltados para pessoas com depressão, o professor deve ter idealmente uma formação na área da saúde, e uma especialização em saúde mental.
Assim, a dica para quem quer começar um curso de 8 semanas de mindfulness é observar com calma o perfil do professor que está oferecendo o programa, olhando para sua formação profissional geral, e em especial, para sua capacitação e certificação específica em mindfulness.
Vamos praticar?
Se você tem alguma dúvida ou curiosidade sobre mindfulness, atenção plena, ou neurociência do comportamento, por favor me escreva que terei prazer em abordar seu tema em textos futuros: demarzo@unifesp.br
Demarzo & Garcia-Campayo. Manual Prático de Mindfulness: curiosidade e aceitação. Editora Palas Athena, 2015.
Cebolla, Demarzo, Martins, Soler & Garcia-Campayo. Unwanted effects: Is there a negative side of meditation? A multicentre survey. Plos One, 2017.
www.mindfulnessbrasil.com (Mente Aberta – Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde – UNIFESP)
www.webmindfulness.com (WebMindfulness – Grupo de Pesquisa Coordenado pelo Prof. Javier García-Campayo – Universidad de Zaragoza, informações em espanhol)
www.umassmed.edu/cfm (Centro de Meditação “Mindfulness” na Medicina, Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, informações em inglês)
O post Como escolher um professor de mindfulness? apareceu primeiro em Mente Aberta Mindfulness Brasil.