Atenção plena pode melhorarsuasreuniões de trabalho; aprenda como

28 de janeiro de 2019

Um aspecto muito positivo da prática de mindfulness ou atenção plena (saiba mais, clicando aqui) é o aprimoramento das habilidades de comunicação, ajudando a criar um “melhor clima” dentro das organizações, e prevenindo também o burnout.

Práticas simples como a escuta “mindful”, na qual treinamos ouvir com atenção plena durante as reuniões, são muito efetivas, e ajudam a checar a compreensão daquilo que ouvimos, fazendo parte dos programas de mindfulness aplicados às empresas
(Programas in Company).

Essas práticas facilitam a colaboração centrada nos objetivos da equipe, e previnem conflitos.


Como “ouvir” e “falar” com atenção plena?

Aplicar mindfulness ao que ouvimos e falamos possibilita checar o que realmente compreendemos da comunicação verbal e não-verbal. Vejamos alguns exercícios e dicas:


AO OUVIR:

– Ouça com os “ouvidos” e não com a “boca”, ou seja, escute o outro sem interrompê-lo, e com “expressões corporais” que indiquem sua presença (olhar para a pessoa enquanto ouve, por exemplo).

Isso envolve deixar de lado o impulso de pensar em respostas enquanto o outro fala, ou seja, seria simplesmente ouvir e demonstrar com o corpo que estamos ouvindo.

Parece óbvio, mas é comum estarmos pensando em outros temas ou nas respostas que vamos dar, com a mente viajando por aí no piloto automático durante as conversas nas reuniões. Ou ainda pior, é frequente interrompermos as pessoas antes que elas finalizem o que tinham para nos falar.

– Após escutar, cheque o que você realmente “escutou”, ou seja, dê um feedback à pessoa sobre o que você compreendeu, e verifique se o que você entendeu corresponde ao que a pessoa queria lhe contar.

Tome um tempinho nesse passo fundamental, pois além de demonstrar que você estava atento à conversa, permite prevenir “mal-entendidos”, que são a base de uma comunicação ruim.


AO FALAR:

– Se possível faça uma pausa breve para perceber como você está naquele momento, ou seja, se há alguma emoção presente que possa influenciar ou atrapalhar a maneira de se expressar.

Raiva, euforia, ou tristeza são alguns exemplos de estados mentais que podem levar a uma comunicação ruim e pouco empática.

Em especial, se soubermos que vamos ter uma conversa “difícil”, uma prática de 3 passos de mindfulness, breve, um pouco antes pode nos ajudar.

– Observe se o conteúdo é realmente necessário, e se condiz com o tema daquela conversa específica, o que chamamos de fala “assertiva”. Além, claro, de falar no tempo correto, abrindo espaço para o outro.

Se for houver possibilidade, é interessante escrevermos o que queremos comunicar antes de falarmos, o que permite reler o conteúdo e checar se o mesmo condiz com o que queremos transmitir.

Assim, o aumento da atenção plena durante as reuniões permite uma maior atenção às mensagens verbais e não verbais do outro e de nós mesmos, e uma maior capacidade de escuta e fala sem julgamento, gerando uma oportunidade para prevenir ou manejar melhor os conflitos.

Como já observado em vários estudos, o estado mental de mindfulness se associa a uma comunicação menos agressiva durante os conflitos cotidianos dentro das organizações, facilitando uma tomada de perspectiva mais ampla e a negociação mais efetiva dos conflitos de opiniões e interesses, melhorando consideravelmente o clima no local de trabalho em médio e longo prazo.

Vamos praticar?


Referência:

Garcia-Campayo & Demarzo. ¿Que sabemos de Mindfulness? Kairós Editorial, 2018.


Para saber mais:

www.mindfulnessbrasil.com (Mente Aberta – Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde – UNIFESP)

www.webmindfulness.com (WebMindfulness – Grupo de Pesquisa Coordenado pelo Prof. Javier García-Campayo – Universidad de Zaragoza, informações em espanhol)

www.umassmed.edu/cfm (Centro de Meditação “Mindfulness” na Medicina, Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, informações em inglês

 

Fonte – UOL


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